terça-feira, 28 de abril de 2009

Dèjá Vu - e a história de três "eles"

Ele tinha razão quando me disse que não se sentia capaz de competir com o amor que o antecedeu. Era uma frase óbvia pra quem conhecia ambos e mais ainda pra mim, que passei longos e dolorosos anos tentando esquecer uma história eterna.
Naquele contexto, a frase já fazia sentido. Começo de namoro, uma viagem planejada, um roteiro romântico e uma cabeça que se fixou no vinho e nas letras crueis do quarto álbum dos Los Hermanos. Eu não sei, mas quando olho pra trás, acho que aquela não era eu. "Guarde um sonho bom pra mim", repeti, querendo acordar.
Andei firme nos passos que já estavam traçados. "É que a sorte é preciso tirar para ter". Pensei em todas as palavras que se repetem no tempo, porque as histórias de amor também o fazem. Eu não sabia direito por quem chorar - por mim, por ele, ou por ele. Mas chorei.
"Aponta pra fé e rema". Ele tinha razão, mais do que minha própria razão supunha. E se eu tivesse ouvido, talvez não precisasse sentir as mesmas coisas, diante das mesmas canções, como se tudo estivesse se repetindo.
Ele terá razão quando me disser que não pode competir com o amor que o antecedeu. E roda tudo outra vez.