quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Quando o coração acalma

...as palavras calam.

Um brinde ao silêncio ligeiro e certeiro que só a certeza do amor pode provocar.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O amor em três (ou mais) tempos

Nos últimos dias, tive pelo menos três oportunidades de refletir profundamente sobre o amor. A primeira aconteceu por circunstâncias da vida, em uma história que se resolveu com um final feliz. A segunda foi durante a leitura do best-seller Um Dia, livro de um escritor inglês que narra a história de uma amizade que amadurece e se transforma. Por fim, a terceira foi assistindo ao filme de mesmo nome, baseado no livro e bastante fiel a ele, embora tenha perdido muitas coisas boas que o autor aborda também.
Fiz esse rodeio todo porque queria compartilhar minhas reflexões com alguém.
Em todas as histórias, o amor não surge. Ele se constrói. Não é aquele tipo de relação que nasce de um beijo quente, de uma paixão fulminante, de um calafrio na espinha a cada aproximação. É algo muito além disso.
O amor não vive em um tempo só. Ou melhor, ele até vive. Mas acaba morrendo por falta de certezas, por decepções ou por circunstâncias alheias a nossa vontade.
Já o outro amor (esse sobre o qual escrevo e tão bem retratado no livro que me inspirou), é o avesso do avesso. Ele nasce devagar, sem pressa e sem que quase ninguém perceba. Nasce do conhecimento do outro, no processo inverso ao que mobiliza as paixões: primeiro você mergulha na intimidade, nos defeitos, nos problemas. E com base nisso, sim, você se torna muito mais capaz de amar.
Não estou dizendo que todo o amor deveria nascer de uma relação de companheirismo, de amizade ou de intimidade. Mas ouso dizer que esse amor é certeiro porque se consolidou no tempo, em dois, três ou mais atos, e que por isso está assentado de forma sólida, em uma base igualmente sólida, que é bem difícil deslocar.
Em um dos trechos do livro, Dexter (o protagonista garanhão) diz a Emma (a protagonista) que a vida é bem melhor quando ela está perto. É uma frase que resume o amor de uma forma simples e absurdamente honesta.
Mas pra gente chegar a essa conclusão, precisa conhecer muito bem os problemas do outro, os medos, as chatices e, agora sim, as delícias de compartilhar um dia ou dividir a vida. Sem isso, o amor não flui. Ele até vai andar, mas vai tropeçar nas verdades de conhecer intimamente, nas chatices de uma cara amarrada, nos solavancos de um sentimento que se precipitou.
Pra quem ainda não leu o livro ou não viu o filme, cuidado que aqui vem um spoiler. O final dessa história só é feliz porque o amor SEMPRE vai proporcionar finais felizes. Se não for feliz, é porque não era amor. Era paixão, era vontade, era desejo ou outro sentimento qualquer. Amor é uma coisa bem diferente. Ou não é?

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Dos dois

Sentiu a paz mais profunda, fechou os olhos e passou a viver do sonho que agora era real. Ele lhe secou as lágrimas, ergueu-lhe o rosto, tocou-lhe a alma. Sabia que era pra sempre, ainda que o sempre fosse aquela palavra vaga que temia escrever. Sabia que tinha um logo caminho diante de si e uma longa jornada por percorrer. Mas além disso tudo, sabia que era amor, que era verdade, que era certeza. E por isso deixou a vida vibrar modesta, singela e cheia de nós, nódoas e de fé. Deixou de ser uma pra ser dois. Pra ser dos dois, enfim.