sexta-feira, 29 de abril de 2011

Vida breve

Tinha um mundo de coisas a descobrir
Outro tanto a escolher.
Mas tudo o que conseguia era ficar inerte,
Parado,
Observando o acúmulo da vida que se apoderava em suas mãos.
Parado, estacionado, preso.
E a vida se esvaia, escorria.
Parado,
Estacionado,
Preso,
Inerte,
Só.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Isso é tudo

Aprender a ser feliz daquele jeito.
Lembrar de não esperar.
Lembrar de não sufocar.
Lembrar da rota.
Perder-se na rota.
Passou mais um dia e já era outono.
Passou outro dia e nada mudou.
Que fossem cada vez menos silenciosos nas noites de encontro,
e cada vez menos certos, menos acomodados, mais entregues.
Que fossem o que eram...
...Felizes e só.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ela voltou

Eu te disse que ela voltaria um dia.
Sim, foi só uma pausa para conhecer um pouco o mundo, esse que você insistia que girasse em torno de você.
Ela andou por aí porque precisava beijar outras bocas, sentir outro gosto, outro corpo que não devia - e não podia - ser só o seu.
Mas eu sempre soube que ela voltaria com esses olhos de remorso, essa dor e essa culpa. Voltaria para os seus braços como quem chega em um porto. É, um porto seguro.
Você chorou ao vê-la partir. Jurou que era definitivo. Mas eu sempre soube que são poucos os que não dão uma segunda chance ao amor. Sempre soube que a primeira vez que a porta se fecha, alguém esquece de cadeá-la. Sempre soube que ir e vir muitas vezes são um verbo único. Não, não há dicionário que compreenda.
Ela te deu tchau com toda a doçura que o momento exigia. Ela também te disse que era para sempre. Ela achava que era para sempre, que não tinha mais volta. Que não havia mais chance.
Mas nessa história de entender e de pensar que nada é eterno, de quebrar e chutar dogmas, ela entendeu que nem sempre um sempre vale para sempre. Ela voltou com vontade do seu abraço. Ela voltou com um ou dois sorrisos prontos para você. Ela voltou sem jamais ter ido. Você que não percebeu.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Sol e chuva

Quando você não souber se há chuva ou sol lá fora
Proteja-se em casa
Respire fundo ao olhar pela janela
E espere um dos dois passar...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Do pouco que ficou...

...guardo as lágrimas enxugadas, em um rosto murcho, cansado, abatido, que simplesmente se esgotou.
Há histórias que acabam porque o tempo cuida para que sejam finitas.
Há histórias que acabam porque alguém insiste em colocar um ponto final.
Há histórias que acabam simplesmente porque mereciam acabar.




Eis o ponto, finalmente.

domingo, 10 de abril de 2011

A última mensagem*

Estou a procura do que deu errado para nós.
Se faltaram mais verdades nas suas palavras.
Se sobraram ilusões ou sonhos prontos para mim.
Não, não foi mais uma das tantas decepções que nos mantém vivos, prontos para acreditar que o amor é uma sucessão de desencontros temperados com lágrimas e dor.
Foi a maior de todas as decepções.
A maior tristeza que eu poderia guardar comigo, justo agora, que faz tanto frio.
Eu me ponho a olhar para trás a procura de um culpado,
de um alento que me faça não temer a vida que há diante de mim.
Que você não tropece mais. Nunca mais.
Porque eu juro com todas as minhas certezas
que eu preciso andar.

*Para alguém que vai passar.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Bom dia

Um sonho que te faça sorrir dormindo,
Um café com o cheiro e o gosto que você esperava,
Um abraço apertado,
Um banho quente e longo,
Uns bons minutos de reflexão antes de colocar o pé na rua,
Um sol brilhando lá fora,
Um dia inteiro pela frente,
Uma gargalhada despretensiosa,
Um beijo para encerrar tudo. Aquele com que você sonhou.
Uma simples segunda-feira e tudo mais que te dê vontade de levantar.

Bom-bom-bom-dia.