Eu
tinha nas tuas desculpas a minha doença mais sadia. Era delas que eu me
alimentava quando sentia que havíamos errado. Era nelas que eu me
espelhava quando me via torta entre um tombo e outro dentro daquele
percurso meio guerra, meio paz. A última vez que você me pediu perdão,
eu aceitei com remorso e angústia. Porque não sabia dizer não quando
você reconhecia seus temores. E não sabia simplesmente esquecer, daí o
tormento que nos acompanhava naquele instante de silêncio que precede a
dor. Eu tinha nas tuas desculpas um elo com os meus sonhos e com as
minhas ilusões. E acreditava nelas como se acredita em contos de fada e
em histórias de amor sem fim.
E
no meio desse vaivém entre um erro e outro, entre um pranto em outro,
cheguei a pensar que eu estava errada. Louca e completamente errada.
Pois de desculpas não se vive. De desculpas se morre, apenas.
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