segunda-feira, 1 de março de 2010

O tamanho da dor

O tamanho da dor vai depender da leveza com que você espera ela passar. Talvez sentado e paciente. Talvez firme e ponderado. Talvez aflito e indeciso. Talvez sem pensar, o que sempre parece uma boa opção.

O tamanho da dor vai depender das suas companhias. Do quanto elas te façam rir e gargalhar alto, sufocando a tristeza e a angústia. Do quanto elas consigam te manter afastado dos problemas. Do quanto elas te façam minimizar as dúvidas só por se fazerem presentes.

O tamanho da dor vai depender do quanto você pensa sobre ela. Se muito, ela tenderá a aumentar e te engolir. Se pouco, ela poderá te surpreendar. Se apenas o necessário, ela se manifestará, provavelmente, num domingo chuvoso ou numa quarta-feira de cinzas.

O tamanho da dor vai depender dos outros sentimentos que você somar a ela. Pode ser a saudade, o que é absolutamente comum. Pode ser a raiva e o orgulho, o que tende a fazê-la piorar. Mas pode ser simplesmente o amor. Nesse caso, o melhor é deixá-lo passar.

A bem da verdade, o tamanho da dor depende do quanto você precisa dela. Quando ela for inútil e desnecessária, descarte-a impiedosamente. Quando ela te ajudar a olhar pra frente, mastigue-a pausadamente. Pense. Chore. E siga.

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