domingo, 13 de novembro de 2011

O lugar comum da dor

Todo mundo já enfrentou um momento de dor que fez arder o estômago.
Todo mundo já se remoeu só de lembrar desse momento: alguns com uma ponta de mágoa, outros com uma dúzia de aprendizados acumulados. Sim, não está errado aprender na dor. A dor e o sofrimento ensinam o tempo todo. E cada grãozinho deles se acumula na nossa memória, na tentativa de que o corpo aprenda a absorvê-los da forma que tem que ser.
Eu aprendi a lidar com a dor conversando comigo, em silêncio, enquanto uma bagunça repentina se apoderava de cada ponta da minha alma. Aprendi a dialogar com as causas do sofrimento. E a aceitá-lo (não sem pressa, não sem ansiedade).
Toda vez que algo em mim doi, eu remexo no tempo e no vento. Procuro as respostas. E me aquieto tentando me agigantar, tentando não temer. Choro sozinha por menos do que uma hora. Me ajeito no novo espaço. E sigo, bem mais profunda do que fora caso a dor não doesse tanto.
Ontem, em um desses momentos em que existe dor, mas alívio; medo, mas paz; sofrimento, mas perseverança; eu cheguei a conclusão de que todos somos fortalezas. Sim, todos somos guerreiros, somos combatentes. Uns se abalam mais, outros lidam melhor com as derrotas e as lamúrias da vida. Mas ninguém morre de dor. O bom mesmo é viver ainda mais tendo a certeza de que ela (sempre) passa.

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