segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Um presente para Júlia*

Já me disseram que amigo é aquele que te tira do barco quando ele está afundando. Que é quem te tira da fossa, te joga na parede e te diz, com o dedo em riste, que não adianta você chorar. Que é quem te beija e te abraça sempre com o mesmo vigor e entusiasmo, porque a paixão não morre. Que é quem te leva pra dar uma volta quando o seu mundo insiste em querer ruir.
Eu tenho a sorte em ter minhas duas mãos cheias de amigos, por quem eu choro e faço chorar. São pessoas que eu escolhi pra estarem comigo, andando, correndo, caindo e começando tudo de novo, sempre quando alguma barreira não autorizada nos leva ao chão.
Aquela moça bonita, com uma cara de adulta, vestido vermelho, cabelos loiros naturais e olhos estupidamente verdes foi uma das últimas a me completar. Júlia é o nome dela. Nome de livro de romance, com histórias tão boas quanto um best seller jamais seria capaz de reunir.
Eu sempre a escuto com atenção, mesmo sabendo que ela tem alma de menina, que caminha feito menina, erra e acerta feito menina. Nós nos damos bem justamente porque somos seres opostos, que se completam e se integram no meio da mais absoluta diferença.
Eu não gosto de vê-la triste e já senti na pele todas as tentativas dela em me reanimar quando eu andei chorosa pelos cantos. Na maioria das vezes, seus conselhos funcionavam. Como quando me mandou comprar um vestido ao invés de ficar me lamentando. Ou quando me tirou de uma mesa de bar deprimente e me levou pro fantástico mundo de Júlia.
Poucas vezes conheci alguém tão leal, tão companheira, tão de verdade. Compartilhamos nossas maldades e nossas belezas. Nossos sonhos, nossos pesadelos, nossos medos. E assim nos construímos e reconstruímos junto com uma amizade que já disse que veio pra ficar.
Amigo é aquele que vai contigo do inferno ao paraíso sem pestanejar. E que se coloca entre você e todos os problemas que a vida possa te trazer em um dia cinza e frio. Com ela é sempre sol, porque decidimos que seria assim. Gracias, amiga, por ser esse poço de ternura, carinho e dedicação. Eu te amo muito.

* Em homenagem a um quase aniversário. E em resposta a algo que eu demorei a retribuir: http://jotapitthan.blogspot.com/2010/10/no-rastro.html

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