quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Degraus

Nos encontramos no meio de uma escada.
Eu subia,
Ele descia.
Foi um diálogo marcado pela submissão de quem ia ter de aprender a voltar.
Um recuo pra mim,
A saída pra ele.
Decidi deixá-lo ir sozinho na frente. Desceu um, dois, três degraus, até sumir diante dos meus olhos.
Eu fiquei lá, estática, tentando projetar o que teria encontrado no topo: se a queda ou a consagração. Era um risco incalculável.
Esperei até ter certeza de que ele estava no chão e me enchi de coragem para dar o primeiro passo. Não dei. Sentei um degrau acima e fixei os meus pés. Eu não conseguiria me mover naquele instante e fui permitindo que ele se afastasse.
Lá embaixo, dificilmente conseguiríamos nos encontrar de novo.

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