sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Amar certo

Amou errado uma, duas, três vezes, para só então conseguir acertar.
E acertar era perceber que a pessoa ideal não precisava ser aquela que lhe atraía o primeiro olhar, que lhe fazia dormir pensando em como seria o dia seguinte ou que lhe provocaria rios de lágrimas quando fosse embora definitivamente.
A pessoa ideal era aquela com quem ela sorria o tempo todo, que lhe tirava do lugar comum da paixão porque não causava frio na barriga, que lhe ajudava a crescer todas as horas, todos os dias, estivessem eles na Terra ou em Júpiter.
Demorou para entender que o melhor do amor está nas histórias compartilhadas, não na tremedeira desenfreada que se abate sobre o corpo depois de um esbarrão acidental. Está nas horas de silêncio e total sintonia, com as almas esperando uma pela outra, pra se encontrarem pausadamente em um dia de chuva.
Amar certo, para ela, adquiria um sentido cada vez mais diferente do que supunha. Era não esperar nada além de um grande abraço e de um sorriso reconfortante para fazer disparar o que tem de melhor. Era viver alegre e sem medo. Era saber que o seu amor de hoje só se tornou eterno porque soube lhe mostrar um caminho novo, um caminho deles, o melhor caminho. Era ter a pessoa certa para descobrirem um no outro porque erravam tanto. Era vê-lo partir ou ficar e ter sempre a convicção de que finalmente acertou.

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