sábado, 13 de novembro de 2010

A bailarina

Dançou sozinha, no meio da rua, guiada por aquela música que só ele sabia cantar.
Jogou os braços de um lado pro outro, na tentativa de soltar o quadril e tornar a região da cintura menos rígida. Mexeu todo o tronco e depois conseguiu acelerar os movimentos, ainda que o som fosse um pouco mais lento do que os passos que conseguiu imprimir.
Parou repentinamente porque não conseguiu ir adiante. Seguir era um verbo impróprio naquele momento. Estava cansada das tentativas frustradas de pender prum ritmo que não era o seu. Dançou sozinha com os olhos fechados. Encontrou os melhores passos. Impôs o seu movimento. E finalmente conseguiu desprender-se do chão.

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