quarta-feira, 24 de novembro de 2010

De verdade

Com ele eu tive os meus melhores sonhos, frutos de noites muito bem dormidas, amaciadas por um abraço que foi meu porque eu deixei ser.
Como eram leves aqueles passos que dávamos juntos no meio da sala quando ele repentinamente me tirava para dançar, me fazendo ver todas aquelas estrelas que se aninhavam lá fora.
Com ele eu tive os melhores dias e as melhores noites de primavera, mesmo sem esperar que pudessem se estender além de uma estação.
Como era doce o jeito que sorríamos um para o outro nos momentos de total isolamento do mundo, trazendo para perto da gente um sentimento que nunca conseguiria adormecer.
Com ele eu aprendi a viver daquele jeito leve e intenso, uma contradição ambulante, tal como éramos nós, juntos ou separados.
Como eram firmes as nossas conversas. As que tivemos e deixamos de ter.
Com ele eu andei segura, passos ágeis, correndo pelo tempo que podia ir embora.
Como ele me fez bem apenas por estar ali, revolucionando as minhas rotas, quebrando meus cristais, derrubando minhas certezas, segurando a minha mão, me transformando.
Com ele eu voltei a ser o que sempre procurei em mim, fruto de incertezas, um verdadeiro moinho, uma explosão ambulante, uma mulher de verdade, que se jogou, que mergulhou, que se entendeu.

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